quarta-feira, 10 de abril de 2013

Da série "Pior, impossível": O pior poeta do Brasil



Vinicius de Moraes, muitos anos depois de ter sido estranhamente nomeado diplomata e no momento exato em que avistava uma garota qualquer de qualquer praia, em qualquer ano.


Reza uma lenda segundo a qual Vinicius de Moraes só não foi admitido no Partido Comunista Brasileiro (uma espécie de Rotary Club que fez muito sucesso internacional até novembro de 1989 e praticamente inaugurou o sistema de franchising ideológico no mundo moderno) porque, ao declarar "Sim, sou devoto do camarada Stalin e quero me filiar ao PCB", ele tinha tomado meia garrafa de uísque e sua voz embargada fez o Carlinhos Lyra, que tinha tomado a outra metade, ouvir "PTB".

A outra razão plausível é que o nosso "poetinha" (nunca um apelido foi tão carinhosamente cruel) sempre se interessou apenas pela bola da vez. Quando a moda era Ipanema, viva o barquinho. Quando era o pecezão, viva Stalin. Quando a moda era a Bahia, viva oxalá, xogum, a tonga da milonga, dona canô e quem mais desse espaço na mídia. O que quer que mantivesse o diplomata longe de países cujo cargo lhe obrigasse o uso de aviões era motivo para fazer um "poema".

Vinicius de Moraes foi o pior poeta que o Brasil jamais fez nascer. Só não é tão nefasto quanto o Oscar Niemeyer (o pior arquiteto do Brasil, segundo este próprio blog), porque poemas felizmente não são constituídos de concreto, nem mesmo os dos concretistas.

Primeiro, vamos aos fatos


O Brasil produziu alguns bons poetas, nenhum de renome internacional, é lógico, mas compare um achado como esse:
Uma faca só lâmina
sem adjetivos, seco e sem quase nada,
com uma estupidez tipo quero-comer-essa-mina-na-minha-frente:
Silencioso e branco como a bruma
com dois adjetivos em apenas 30 caracteres, algo que deveria ser proibido pela lei de qualquer país. A tal "bruma", que provavelmente se chamava Bruna, teria sido vista da sacada de um navio. Por que num navio? Porque o nosso "poetinha" era diplomata pago com dinheiro público mas tinha medo de avião. Só viajava de navio, e olhe lá. O país que se adaptasse aos seus diplomatas.

Agora, ouçam essa:

A Bíblia já dizia 
Pra quem sabe entender 
Que há tempo de alegria 
Que há tempo de sofrer
Como um idiota que escreve uma bobagem dessas pode ser chamado de poeta? Eu é que sou um idiota ou li Lautréamont demais?

Agora, vamos às consequências


Vinicius de Moraes não é o pior poeta do Brasil apenas por ter sido tão brega e pouco inventivo ao lidar com palavras. Ele foi o principal vetor de um mal muito mais grave: destruiu, com a mediocridade de suas letras, a única pálida expressão internacional de cultura popular que nosso país produziu: a bossa nova.

Do ponto de vista estritamente musical, a bossa nova fez o que devia ter feito: aprendeu o que pôde com o jazz e misturou com o samba. Criou algo relevante extra-fronteiras de Salvador, de Ipanema ou dos ministérios da cultura. Tivemos, brasileiros, a sorte de ter um Mané Garrincha pra fazer o cozido, o João Gilberto, um sujeito que, assim como o índio de Pau Grande, nada sabia sobre os russos, e portanto pouco se lixava para o jazz.

As letras de Vinicius de Moraes tornaram a bossa nova intelectualmente ridícula.

A felicidade é como a pluma
Que o vento vai levando pelo ar 
Voa tão leve 
Mas tem a vida breve 
Precisa que haja vento sem parar

Isso é tão boçal (em relação às complexas divisões melódicas do João Gilberto e aos bons achados harmônicos do Tom Jobim) que não é usado nem em propaganda da Casas Bahia.

Nossa sorte é que ninguém que importa fala ou entende português no planeta, razão pela qual a bossa nova conseguiu ser ouvida. O português é a quarta ou quinta língua mais falada no mundo, mas ninguém a aprende em lugar nenhum. Ainda bem. Teriam de aprender lendo as enganações tipicamente cariocas do nosso grande "poetinha".

Vinicius de Moraes era sobretudo um oportunista quase pedófilo. Fazia parcerias conforme achava que lhe garantiriam alguma notoriedade ou menininhas da vez. Trocou de parceiros à farta. Sua pior fase, na qualidade de pior poeta e maior assassino musical do Brasil, ainda estou em dúvida se foi com Baden Powell ou Toquinho (dois grandes savants instrumentais, por isso mesmo incapazes de duas coisa: de saber amarrar os sapatos e de saber que estavam entregando seu talento natural a um oportunista, como a criança que compra pipoca com drogas na porta da escola).

O cara era o pedófilo perfeito. Tão talentoso como pedófilo que suas vítimas nem sabiam que eram crianças. Enganava artistas de verdade, músicos. Artistas são crianças, não pela inocência, mas justamente pela crueldade. Mas como é fácil enganar um artista! Ofereça uma pipoca qualquer e qualquer Louis Aragon aceita, alegremente.

O fato de Tom Jobim ter se livrado de Vinicius de Moraes tão precocemente ainda não foi notado, esclarecido nem documentado. Alguém deve ter alertado o músico, mas não sei nada sobre isso.


Um comentário:

Suely Andrade disse...

Nossa, sempre tive um pouco de culpa por não tolerar Vinícius; na verdade, sempre me achei estranha, porque quase todo mundo gosta!