sábado, 27 de setembro de 2014

Santana X Meirelles: MMA dos marqueteiros da Dilma e da Marina

Conheci os dois nos early '70 e adoro os dois. Um, João Santana, era letrista baiano; outro, Fernando Meirelles, colega de classe do Santa Cruz. Com o primeiro perdi contato em seguida; com o segundo mantive contato nas aventuras dadá dos early '80. Essa é a única merda de ser velho: você conheceu todo mundo de fraldas, incluindo você mesmo. Nas fraldas todo mundo sabe o que se faz.

Hoje, o primeiro é o marqueteiro oficial do PT, que substituiu o Duda e levou (imagina-se) ao poder o Lula e outros presidentes sul-americanos. O segundo, depois de revolucionar a linguagem da tevê brasileira, criou uma das mais profícuas produtoras de anúncios de tevê do país e hoje virou marqueteiro oficioso da Marina. Qualquer grande cliente, tipo Itaú, quer a O2 fazendo seu filme, incluindo os que já fizeram para o referido banco. Qualquer candidato gostaria de ter o João Santana como marqueteiro, incluindo os referidos candidatos.

Afinal, como convencer um país e seus banqueiros de que um operário pernambucano seria confiável? Como convencer operários pernambucanos de que bancos são confiáveis? Só eles dois.

Como esta eleição está engraçada, eis que os dois se trombam. Meirelles chamou Santana de nazista (Goebbels), depois de Santana ter acusado a Marina de prometer acabar com o bolsa-família. Santana quer processar Meirelles pela comparação com um nazista, pois o segundo o havia acusado de comparar sua "cliente" ao Collor.

Não queria ser juiz nessa história por um único motivo: acho que os dois têm razão.

O primeiro, ex-jornalista que virou publicitário, inventou umas mentiras sobre a Marina.

O segundo, ex-artista que virou publicitário, chamou o primeiro de... publicitário!

Um acusou o outro de ser mentiroso.

O produto de duas mentiras é igual a uma verdade?

Resumindo: um acusa o outro de fazer o que ele próprio faz, pra ganhar o pão de cada dia.