Meninos, eu ouvi. Juro.
Estava uma vez andando de carro e ouvi no rádio uma entrevista do José Serra, então candidato a presidente, numa caminhada pelas ruas de São Paulo. Alguém oferece a ele uma coxinha, ele recusa.
O repórter: "Não vai comer a coxinha, governador?"
Ele: "De jeito nenhum. Não sei o que tem dentro disso aí. Aliás, se dependesse de mim, eu proibia as coxinhas".
Obviamente, Serra perdeu as eleições, porque sua conhecida hipocondria e aderência a Higienópolis são mais fortes do que ele. Como um sujeito quer ser presidente do Brasil prometendo proibir uma instituição nacional, a coxinha? Jânio Quadros tentou proibir o biquíni. Não completou o mandato.
Fiquei imaginando o Lula na mesma situação. Comeria a coxinha com gosto, lambendo os beiços. Falaria com sua língua plesa: "Comi muita cofinha quando era metalúrgico. As cofinha deste país alimentáru muitos brasilêiru". Lula ganhou e comemorou com uma garrafa de Romanée-Conti. Não consta que foram servidas coxinhas no tal jantar.
A foto, publicada faz pouco tempo na Folha, me fez lembrar da reportagem do rádio de anos atrás.
Em jornalismo, toda foto é uma charge.
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