quinta-feira, 25 de dezembro de 2014

Por uma imprensa laica, ou "Nazaré, onde nasceu Jesus"




http://www.youtube.com/watch?v=X-ZRJdszqeM


Pouquíssimos cientistas levam em conta a existência de um Jesus histórico. Não há evidência da vida física de um dos inúmeros aproveitadores ou psicopatas que se autoproclamavam O messias no século 1, naquela região que está em guerra estúpido-religiosa há cinco mil anos e que deixou de sê-lo desde a descoberta do petróleo lá. O novo testamento foi escrito nos anos 300. É óbvio que se trata de um embuste tão patético quanto a existência da fada dos dentres, do papai Noel ou das armas quimicas no Iraque.

Apesar disso, a mídia "informa" que aconteceu sei-lá-que-merda em Nazaré, "onde nasceu Jesus". Vejo isso impresso, televisionado ou na web, assinado por grandes e tradicionais corporações de mídia. Na caruda, sem corar.

Como assim, "onde nasceu Jesus"? Quem disse? Não estou falando de espaço de tevê comprado por evangélicos. Estou falando do católico Jornal Nacional.

O jornalismo, já repeti à exaustão, resume-se a quatro operações:
1. Duvidar
2. Perguntar
3. Apurar
4. Publicar

Essas operações não são efetuadas quando se trata de carnaval, futebol ou religião. Se fizessem essas quatro coisas pensariam antes de escrever idiotices do tipo "Em Nazaré, onde nasceu Jesus" ou "a Páscoa, que comemora a ressurreição de Jesus...".

Quando falam de budismo ou dos índios, dizem "os budistas acreditam que..."; "segundo as lendas do povo ianomâmi...". Mas quando se trata de um gay loiro de olhos azul-hollywood de tanguinha sexy e barriga sarada numa cruz sadomasô, tudo muda. O jornalismo vira outra profissão.

E depois falam que só os muçulmanos são bárbaros e os nordestinos são desinformados.

Quanto mais a ciência avança, mais assombração me aparece.